Como calcular sua margem de lucro ao antecipar um recebível

Você sabe qual é a margem de lucro de seu negócio? Hoje, vamos falar um pouco mais sobre a margem de lucro e sobre a formação de seu preço de venda

A margem de lucro é, talvez, um dos índices financeiros mais simples e mais amplamente utilizados no setor corporativo.

Por outro lado, chegar à ela, pode ser um mistério para muitos empresários, que trabalham sem nenhuma ideia de seus custos.

O lucro de uma empresa é calculado em 3 níveis em sua demonstração de resultados, começando com o mais básico – lucro bruto – e acumulando até o lucro líquido, mais abrangente.

Entre esses 2 reside o lucro operacional. Todos os 3 têm margens correspondentes calculadas dividindo o lucro por receita e multiplicando por 100.

Saiba mais sobre a definição de margem de lucro

Se você tem dificuldades para entender exatamente o que é margem de lucro e como ela funciona, vamos ajudar você.

Vamos mostrar para você o que significa cada tipo de margem de lucro, e como isso afeta seu negócio.

Muitos empresários se confundem na hora de calcular o lucro, e isso acaba colocando em risco sua operação.

Para não calcular margem de lucro da maneira errada, e entender exatamente o que cada tipo de lucro significa para seu negócio, é preciso aprender a diferenciar o lucro bruto, o lucro operacional e o lucro líquido.

#1. Lucro bruto

O lucro bruto é a métrica de rentabilidade mais simples, porque define o lucro como toda a renda que permanece após a contabilização do custo de vendas.

O custo de vendas inclui apenas as despesas diretamente associadas à produção ou fabricação de itens, incluindo matérias-primas e salários para a mão-de-obra necessária fabricar ou montar produtos.

Excluídos deste valor estão, entre outras coisas, quaisquer despesas com dívidas, impostos, custos, operacionais ou indiretos e gastos únicos, como compra de equipamentos.

A margem de lucro bruto compara o lucro bruto com a receita total, refletindo o percentual de cada real da receita tida como lucro após o pagamento do custo.

#2. Lucro operacional

Uma métrica um pouco mais complexa, o lucro operacional também leva em conta todas as despesas gerais, operacionais, administrativas e de vendas necessárias para administrar os negócios diariamente.

Embora esse número também exclua dívidas, impostos e outras despesas não operacionais, inclui a amortização e a depreciação de ativos.

Ao dividir o lucro operacional pela receita, essa margem de rentabilidade de nível intermediário reflete o percentual de cada real que permanece após o pagamento de todas as despesas necessárias para manter o negócio funcionando.

#3. Lucro líquido

O infame lucro líquido reflete o montante total de receita que sobram após todas as despesas e fluxos adicionais de receita serem contabilizados.

Isso inclui o custo das mercadorias vendidas e despesas operacionais conforme mencionado acima, mas também o pagamento de dívidas, impostos, despesas únicas ou pagamentos, e quaisquer receitas de investimentos e operações.

A margem de lucro líquido reflete a capacidade geral de uma empresa de transformar renda em lucro.

Entendendo o lucro na prática

Para o ano fiscal, a Starbucks registrou receita de 21,32 bilhões de dólares.

O lucro e o lucro operacional atingiram valores saudáveis de 12, 8 bilhões e 4,17 bilhões respectivamente. O lucro líquido do ano é de 2,82 bilhões. As margens de lucro da Starbucks seriam, portanto, calculadas como:

  • Margem de lucro bruto: (12,8 / 21,32)x100 = 60,07%
  • Margem de lucro operacional: (4,17 / 21,32)x100 = 19,57%
  • Margem de lucro líquido: (2,82 / 21,32)x100 = 13,22%

Esse exemplo ilustra a importância de ter margens de lucro brutas e operacionais fortes.

Aprendendo a calcular a margem de lucro

Se você quer formar a sua margem de lucro antes de compor o seu preço, precisa ter algumas coisas em mente.

Você precisa dominar os índices que compõem o seu custo, incluindo despesas fixas, variáveis, mão-de-obra, capital para crescimento, e assim por diante.

Basicamente, a formação do preço de venda pode ser simplificada pela equação Custo + Lucro + Despesas Variáveis = Preço de Venda.

A apuração dos custos se faz com auxílio de informações contábeis e extra-contábeis, como controles de estoques, rateios de custos indiretos, horas de produção, e etc.

Quanto ao lucro, convém ressaltar que este pode ser fixado por produto, por hora de serviço ou atividade, ou ainda em termos de percentual sobre as vendas.

As despesas variáveis compreendem, entre outras: fretes, comissões, encargos financeiros para suporte do prazo de recebimento das faturas e tributos sobre vendas.

Somados todos os itens se determinará o preço.

Este precisa ser avaliado, comparado, analisado, equalizado com os preços da concorrência.

Se está mais alto que esta, uma avaliação precisa ser feita, questionando-se:

  • Há excesso de custos mercadológicos ou de outras ordens, que estão sobrecarregando o preço?
  • A formação do preço de venda está correta, em todas as etapas?
  • Os tributos estão aplicados de forma correta na planilha?
  • A margem de lucro é compatível com a linha de produtos e o risco empresarial?

Margem de lucro e preço de venda a prazo

Para finalizar, que tal falarmos um pouco mais sobre o preço de venda a prazo, e o quanto ele custa, ou interfere em sua margem de lucro?

Muitas empresas acabam tendo prejuízo justamente na hora de vender a prazo.

Se você trabalha com vendas a prazo e parcelamentos, precisa considerar essas informações na hora de calcular sua margem de lucro.

Principalmente se você pensa em antecipar recebíveis. Empresas de antecipação de recebíveis cobram uma taxa para antecipar valores vendidos a prazo.

Muitas vezes, quanto maior o tempo de antecipação, maior o desconto que você sofrerá sobre sua venda.

Uma coisa importante para quem vende a prazo é incluir o custo da venda a prazo (tempo para receber, desvalorização do dinheiro, inflação e outras variáveis) no preço de venda.

Se você trabalha com a antecipação de recebíveis, é imprescindível que você inclua a taxa de antecipação, bem como outros encargos envolvidos na operação, nos seus custos, na hora de formar seu preço de venda.

Dessa forma, de maneira estratégica e inteligente, sua empresa não absorve nenhum encargo, nem incide tributos sobre um valor que não foi recebido por você.

O que você deve fazer, nas vendas a prazo, de forma resumida é:

  • Incluir os encargos de parcelamento no seu custo;
  • Se você trabalha com antecipação de recebíveis, deve incluir as taxas envolvidas na operação, também no seu custo.

Ao final, essa depreciação, bem como os valores pagos à factoring no momento da antecipação não influenciaram no seu lucro, permitindo que você não tenha problemas, nem surpresas na hora de receber.

Otimize sua margem de lucro e evite problemas

Quando você conhece a formação de seu preço de venda (principalmente todos os custos envolvidos no seu produto ou serviço), você está pronto para vender de forma saudável.

Nem sempre os empresários incluem todos os custos operacionais em sua formação de preços e acabam perdendo dinheiro, ou até mesmo sofrendo revés financeiro por conta de uma conta que parecia simples.

Lembre-se: você precisa ter seu custo bem delimitado e entender todas as variáveis que o compõem.

É importante tem em mente também que vender a prazo é diferente de vender à vista.

E que formas de pagamento diferentes acarretam em custos diferentes.

Se você tiver isso em mente, saberá compor seu preço de venda à vista, a prazo e até mesmo incluir taxas como antecipação de recebíveis no seu preço.

Dessa forma, você tem um centro de custo transparente e uma margem de lucro clara e eficiente.

Gustavo Abreu Como calcular sua margem de lucro ao antecipar um recebível